segunda-feira, 31 de março de 2008

O que mais não flui

São passos encharcados de acaso, e a dor nas costas de curvar-se para dentro. Antes Abraçava os joelhos, tentava caber dentro de si. Agora ela só transborda, transpassa, só passa. Acende o cigarro contra a garoa e cobre os olhos com o cabelo. Ela pára na banca de jornal para arrumar sua confusão, o caos que ela finge. Do perfume café e suor, do mover o andar duro, mosaico móvel de ossos, aquele que inspira papel e tinta. E para os outros ao redor ela não existe, mas só porque para ela não existe mais ninguém. É seu próprio filme, em preto e branco e câmera lenta. Aperta o cigarro, lê o Harold Tribune e brinca de nouvelle vague. Ela não é Patricia Franchini, ela disfarça, ela não fala, ela só passa.

Enquanto o mundo pára.

2 comentários:

Gosto mais de pão de queijo disse...

Vc saiu e eu fiquei até agora pensando em algo à altura do relato, tão fácil de visualizar...
amei, e não consegui descrever!
vc é simplesmente foda e consegue me surpreender positivamente, SEMPRE.

Vince Vinnus disse...
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