quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Pelo diminutivo igualitário

Tubérculos de todo o submundo, uni-vos!

Depois de tanto pensar sobre manchetes inéditas diárias, sobre a sofrível injustiça do mundo capitalista contada pelos bisnetos do tio Sam, sobre os protestos-de-não-lembro-o-quê, disputinhas entre “a mulher” e “o negro” no país dos amigos livres lá no lado bom do mundo e sobre invasão até da casa da mãe Joana, resolvi colocar a cabeça no ritmo do país: entrei em recesso permanente e tentei focar a cachola em outras menores abobrinhas. Piorou, tomei as dores foi do leguminócio. Por que não pensamos nunca nas abobrinhas?

Veja bem, até vale uma reflexão, a começar pela singularidade do nobre objeto. Ninguém nasceu chamando-se Serginho, Paulinho, sendo queridinho e despertando um diminutivo fofo logo na primeira evocação. Pois é, moçada, tivemos que dizer muitos “tudo bem”, “não me importo”, ou até mesmo “quê isso, quando você puder você me paga” em nome dessa agradabilidade que no fim – digo por fim qualquer término de dia em que sua gentileza foi confundida com estupidez- vale mesmo é para manter um apelido meigo na agenda do celular.A nossa amiga verde, por sua vez, representa tudo o que não presta sem fazer o mínimo esforço para merecer o seu mimo silábico. Até mesmo porque – e aí vai a maior injustiça do mundo com raízes - a palavra não existe de outra forma. Faz-se dessa forma inexistente o carinho com as abóboras! Indigno-me! Tentei chamar a atenção para “aboborinhas” em uma rodinha em que falavam sobre o Big Brother. Chamaram-me de idiota. Dei um sorrisinho e disse mais um “tudo bem”, fazer o quê.

Não levo jeito para justiceira. Ficarei eu usando meus neologismos sempre que puder, e ouvindo as mesmas repetições cansadas, com os dentes nos lábios e sem nenhum fofismo na expressão. Felizes são os tubérculos. Nascem batatinhas com as ramas espalhadas pelo chão, mas crescem e terminam na barganha dos vencedores, já dizia Machadão.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

With Grace

É tanto fôlego que cansa. Vem aquela vontade de bastar-se. E tudo o que se quer é parar com o café, é sorrir para a câmera, é dormir à noite, é não dançar em círculos, é fingir que não se finge, at all. E assistir ao próximo eterno mega sucesso esquecível de Spilberg.